A flexibilidade cognitiva é a habilidade de usar as faculdades, que nos permitem construir e processar conhecimentos — como a memória, o raciocínio, a imaginação, a emoção e a comparação —, de diferentes modos e perspectivas.
Em outras palavras, é a capacidade de pensar de um modo diferente, buscar soluções menos evidentes e livre de convicções prévias. Por que isso é importante? Porque o mundo mudou e está se transformando o tempo todo.
Novas realidades implicam outros problemas, portanto, precisam de soluções novas, que surgem a partir de uma interpretação diferente sobre como as coisas podem ser e, principalmente, sobre o que pode torná-las melhores — seja no setor financeiro, seja no de compras.
Pensando nisso, vamos apresentar, neste artigo, 7 dicas de como desenvolver a flexibilidade cognitiva. Confira!
1. Agregue conhecimento à cognição
Imagine o conhecimento como vários arquivos com informações. A diferença é que elas estão no nosso cérebro, algumas vezes esquecidas no subconsciente. Ou, outras vezes, muito presentes, como as que nos emocionam.
É como se tivéssemos vários livros armazenados nos nossos neurônios. Quanto maior a variedade e a quantidade de informações disponíveis nessa “biblioteca de conhecimentos”, maiores as chances de pensar de diferentes modos e perspectivas.
Por outro lado, com um conhecimento restrito fica muito difícil diversificar nossa análise sobre os fatos, logo, expandi-lo é muito importante para o uso em estratégias comerciais, por exemplo. Não pense que esse conhecimento está apenas nos livros. Atividades como viajar são uma forma de conhecer culturas e realidades diferentes.
2. Seja tolerante com os erros de cognição
O título deste tópico pode parecer estranho, mas o erro é inevitável quando fazemos algo novo. Afinal, precisamos de um período do aprendizado e de experiência antes de encontrar a melhor forma de se comportar, trabalhar e fazer coisas novas.
Obviamente, isso não significa tolerância ao erro, nem que precisamos continuar cometendo sempre os mesmos enganos, mas apenas a percepção de que eles fazem parte do processo de inovação e aprendizado.
A razão de buscar desenvolver essa aceitação é a de evitar que o receio ao erro crie resistências às mudanças. Por exemplo: para evitar problemas, um comprador pode preferir adquirir um produto já comprado anteriormente, ao invés de buscar alternativas e olhar para o mercado em busca de novos fornecedores que podem inclusive ofertar uma maior qualidade e garantia.
Ele pode e deve tomar os devidos cuidados e seguir os critérios de gestão de compras para garantir o máximo de segurança possível na homologação do novo parceiro, mas não pode deixar de avaliar e experimentar novas opções simplesmente para evitar o risco.
3. Exercite a cognição
Um esportista faz exercícios físicos específicos para o corpo, mas o cérebro também é um órgão, não é? Quanto mais ele for exercitado, melhor será o seu condicionamento, sua agilidade e eficiência.
A prática de xadrez, por exemplo, faz muito bem à memória e auxilia no raciocínio. O estudo da lógica, apesar de complicado para muitas pessoas, também ajuda a analisar as formas como usamos a nossa cognição na vida e no trabalho, seja para diminuir gastos, seja para aumentar a eficiência.
4. Fortaleça a mente com um corpo saudável
Ao mesmo tempo em que exercitar a cognição é fundamental, o cérebro não funciona de modo independente ao corpo. Os exercícios físicos acionam partes específicas do cérebro, que distribui hormônios muito saudáveis para a disposição, a alegria e o entusiasmo.
O efeito desse composto químico natural na nossa corrente sanguínea é muito eficiente para eliminar indisposições, dores e sentimentos depressivos, contribuindo para uma atitude mais positiva e entusiasmada. Essa condição aumenta o interesse por novas experiências e perspectivas, de modo a favorecer a flexibilidade cognitiva.
5. Cuide da máquina cognitiva
Já mencionamos a necessidade de cuidar da cognição, do corpo e agora concluímos com a preocupação com o cérebro. Tudo isso está diretamente relacionado, mas não é exatamente a mesma coisa. Quando falamos em cuidar do cérebro, nos referimos ao órgão, não a uma de suas funções, que é a cognição.
O cérebro é prejudicado por uma noite maldormida, por exemplo, enquanto a prática da meditação o favorece. Alguns alimentos também são fundamentais para mantê-lo ativo e saudável. Podemos citar os peixes, as nozes, o iogurte, o açafrão, o amendoim e as frutas vermelhas.
6. Abra espaço para a cognição criativa
A vida moderna nos obriga a fazer muitas atividades com o máximo de agilidade, e não sobra muito tempo livre. Na tentativa de aproveitá-lo ao máximo, é comum à maioria das pessoas a preferência por modelos prontos, fórmulas e métodos testados.
Essa inclinação é positiva em muitos aspectos, mas jamais pode ser uma limitação. Imagine se todas as empresas usarem exatamente a mesma fórmula, os mesmos recursos e talentos equivalentes. Como elas se diferenciariam?
Além disso, exercitar a cognição também envolve as experiências com as descobertas. Por exemplo, um colaborador do setor de compras pode respeitar as regras de um processo e incluir dados no cadastro sem questionar da razão deles, mas isso não permitirá a ele entender a lógica aplicada ao seu trabalho.
Com essa visão limitada, ele não terá condições de pensar em alternativas e muito menos de exercitar suas habilidades cognitivas. Ou seja, as fórmulas limitam a informação disponível e o exercício possível, dois aspectos essenciais, conforme vimos.
7. Flexibilize o convívio
Trabalhar com pessoas que pensam exatamente como nós faz um bem enorme ao ego, pois elas reforçam que estamos certos. Por outro lado, quem pensa diferente nos coloca em dúvida, ensina modos diferentes de observar e executar processos e contextos, agrega conhecimentos novos e nos provoca reflexões.
Ou seja, pessoas iguais nos oferecem conforto e são ótimas companhias em momentos descontraídos, mas as diferentes nos desafiam profissionalmente e agregam perspectivas acerca do mundo. Conforme convivemos com elas, se há respeito, a nossa flexibilidade cognitiva se expande naturalmente.
Vale ressaltar que essa expansão natural é resultado da criação de um hábito saudável no uso de nossa cognição e de uma cultura interna que valoriza um pensamento diversificado, rico e flexível. Para mudar um costume, nada mais importante do que praticar continuamente. O começo pode ser difícil, mas com o passar do tempo nossa cognição pode se tornar naturalmente flexível.
Gostou do que leu? Por fim, saiba que a flexibilidade cognitiva pode e deve ser aplicada na melhora dos processos de compra e nas negociações. Afinal de contas, o setor é a porta de entrada de incrementos à inovação. Que tal, então, começar a exercitá-la já?
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