Número deveria ser maior para ter uma população mais saudável física e mentalmente
Você sabia que a cada 10 brasileiros, apenas 3 praticam exercícios físicos e esportivos regularmente e, portanto, têm muito menos chances de desenvolver problemas de saúde causados pelo sedentarismo?
Esse dado veio de um estudo inédito promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e divulgado no ano de 2017, que também trouxe várias outras estatísticas a respeito dos exercícios na população brasileira.
É positivo ter pessoas que se exercitam, mas é preocupante ver que a grande maioria da população não cuida tão bem da sua saúde. Nós separamos outras informações sobre o estudo para que você saiba de tudo o que precisa.
Como é a Relação dos Brasileiros Com os Exercícios Físicos?
Uma parcela considerável dos brasileiros pratica exercícios com frequência de acordo com o “Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional 2017 – Movimento é Vida: Atividades Físicas e Esportivas para Todas as Pessoas”, mas o número poderia ser ainda maior.
Nas pesquisas, que foram feitas em 2015 e tiveram seus resultados divulgados depois de 2 anos, 37,9% dos brasileiros entrevistados contaram que praticam esportes. A resposta foi positiva para 42,7% dos homens e 33,4% das mulheres.
Os homens praticam exercícios físicos 28% a mais do que as mulheres e pessoas com uma renda familiar mais elevada possuem maior acesso às atividades e exercícios.
Na divisão estadual, o Distrito Federal foi o que teve a maior porcentagem de praticantes de esportes e exercícios físicos, com 50,4% da população. Por outro lado, Alagoas abriga o nível mais baixo, de 29,4%.
O rendimento mensal domiciliar das famílias foi outro fator que impactou nos resultados: entre os que declararam que o valor per capita era de pelo menos 5 salários mínimos, o índice da prática de exercícios foi 71% maior do que do restante da população adulta.
O mesmo pôde ser visto pelo grau de escolaridade: pessoas que declararam não ter nenhum nível de instrução praticam até 54% menos exercícios do que a média dos demais adultos.
Olhar para os dados obtidos pela pesquisa ajuda a entender como a população brasileira se comporta em relação aos exercícios físicos, mas uma análise mais profunda permite obter conclusões muito mais assertivas.
De acordo com os dados, o relatório afirmou que fazer atividades esportivas e físicas é uma decisão muito mais coletiva do que individual, já que apenas dizer para as pessoas se exercitarem sem prover oportunidades para tal não é a solução.
O resultado da falta da prática de exercícios pode trazer uma séria consequência para a saúde: a obesidade.
Obesidade no Brasil: Uma Relação Direta Com a Prática de Exercícios
Quem conhece os benefícios dos exercícios físicos para o corpo e a mente sabe que a perda de peso e o desenvolvimento de um metabolismo mais saudável estão entre os principais. Porém, o completo oposto também se aplica.
Pessoas que não praticam exercícios físicos não gastam muita energia, ou seja, na equação do metabolismo, o corpo tem mais “combustível” do que precisa para funcionar normalmente.
Com o passar do tempo, esse combustível em excesso passa a se acumular na forma de gordura, que por sua vez pode resultar em problemas de obesidade, que é quando o tecido gorduroso do corpo é maior que 20% de seu peso total.
Os dados, mais uma vez, são alarmantes. De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) feita em 2016, a obesidade cresceu 60% de 2006 a 2016 no Brasil.
Além disso, em 2006, a diabetes tinha sido diagnosticada em 5,5% da população, número que passou para 8,9% depois de 10 anos. No mesmo intervalo de tempo, o diagnóstico de hipertensão passou de 22,5% para 25,7%.
A edição de 2017 da mesma pesquisa trouxe mais informações sobre o tema. 18,9% da população foi diagnosticada com obesidade, enquanto 54% dela é considerada com sobrepeso, ou seja, com peso maior do que o ideal.
Os jovens são os que mais sofrem com a doença. O aumento da obesidade de 2007 a 2017 foi de 110%, praticamente o dobro do que foi visto nas demais faixas etárias (60%). O índice de sobrepeso também aumentou em 26,8% no mesmo período.
Porém, mesmo com todo o alarde causado pelas estatísticas, uma delas ainda se destaca positivamente: a prática de exercícios físicos no tempo livre dos brasileiros aumentou 24,1% de 2009 a 2017, o que é já é um bom começo.
Os Impactos Negativos do Sedentarismo
O sedentarismo pode trazer consequências muito mais graves do que estatísticas preocupantes. Quem adota essa rotina pode ter sérios problemas de saúde.
As doenças consideradas crônico-degenerativas, que deterioram a saúde progressivamente, costumam aparecer por volta dos 40 anos de idade, mas o encaminhamento para que isso aconteça começa bem antes, na infância e na adolescência.
Diabetes, hipertensão, obesidade, doenças no coração e até mesmo depressão e osteoporose podem começar a se desenvolver em indivíduos jovens, e a falta da prática de exercícios físicos constantes é um dos maiores motivos.
Pessoas consideradas sedentárias são aquelas que gastam menos de 2.200 calorias por semana. Felizmente, essa situação pode ser superada através da prática de esportes ou exercícios que cada um goste e sinta prazer em fazer.
É possível, por exemplo, andar de bicicleta por 10 horas, caminhar por 7 horas, fazer natação ou jogar futebol por 4 horas ou fazer 7 horas e meia de musculação para gastar as 2.200 calorias semanais. A divisão pode ser feita por todos os dias da semana.
Com isso, o organismo gastará mais energia, o que por sua vez evita o ganho de peso e também o desenvolvimento das doenças que vimos acima.
Se você precisava de motivos para praticar atividades físicas pela manhã, à noite ou em seu tempo livre, agora tem de sobra.
Ainda dá Para Mudar Essa Realidade
São vários os benefícios de praticar atividade física, da mesma forma que os prejuízos em evitar essa prática também são muitos. A recomendação é de fazer todo o possível para não se tornar uma pessoa sedentária.
O impacto da falta da prática de exercícios e da manutenção de uma rotina saudável pode não ser sentido a curto prazo, mas a conta pode ser cobrada daqui a alguns anos – ou até mesmo décadas. Por isso, é muito importante se cuidar.
Seja em casa, na rua, em uma academia ao ar livre ou onde você preferir, torne os exercícios físicos parte da sua rotina. Além de aumentar a autoestima e vitalidade no dia a dia, seu futuro poderá ser muito mais saudável física e mentalmente, algo que não tem preço.